Jocivaldo dos Anjos

  Perder é um verbo intransitivo  Quem perde, perde. Ponto. Romantizar a derrota serve para algumas coisas: apaziguar e acalentar o perdedor e assim criar nele a sensação de que perder não é assim tão ruim, pois, ao perder também ganhou e aflorar nele a pusilanimidade de que o que vale é concorrer, é competir e a derrota faz parte como possibilidade da disputa. Correto. O problema se centra quando a derrota vem eivada de explicações que tenta subornar a mente de quem precisa de saber que perdeu para se aprumar e se projetar para ganhar. Tirar o foco da análise real e mirar num imaginário mundo é, no mínimo, um retorno ao mito da caverna de Platão. Se enclausurar e se ensimesmar num mundo fora do mundo real. Saber que perdeu e analisar o seu porquê não é somente importante. É imprescindível. É necessário da humanidade para se fazer ser sapiens.  Quando as derrotas não vêm acompanhadas de análises cruas e cruéis da realidade vivida e vivenciada ela não potencializa o perdedor ao caminho

  Carta ao povo preto, 21 de novembro de 2020 Homem preto, poderia ser eu. Poderia ser você. Aliás, foi eu e foi você também. Porque não se matou (e nem se mata) no Brasil aquele que cometeu um delito. Um crime. Se mata aquele que tem a pele nossa. Aquele que se parece com a gente. Aquele que tem nosso esteriótipo. Nosso biotipo. Nós temos a cor da morte. E, se não puderem matar, nos prendem sem precisar de justificativas.  Homens pretos cometem delitos?  - Sim. Por isso precisam de serem punidos? - sim. E os brancos? Os brancos estão no lugar de punir os pretos. O sistema é organizado. Para pretos é a trilogia do C. Cadeia, caixão, cova... para os brancos tem outros Cs a que se recorrer (código, constituição, cidades e cidadania). Não é possível mais aceitar este modelo. Aliás, já não é a muito tempo. E, entendo, reverencio e agradeço a luta e resistência dos antepassados, mas, agora já cabe outros modelos.  Protesto pacífico é para agradar os meios de comunicação e formadores de opin

  O encolhimento da bancada feminina na câmara municipal de Antônio cardoso: como será tratada a pauta das mulheres?  Com uma população de 11.554 pessoas, sendo  5.734 de homens e 5.820 de mulheres as eleições municipais de Antônio Cardoso em 2020 encolheu a participação feminina na câmara. Mesmo elegendo uma chapa com duas mulheres que derrotou a chapa adversária formada por dois homens, o resultado não estimulou a aceitação da população pelas candidaturas femininas para o legislativo. Esta é a segunda vez que o município será dirigido por duas mulheres. A primeira vez com em 2008 com Gel e Neide e agora é com Lu de Gel e Nadja Paulino.  A câmara de vereadores de Antônio Cardoso conta nesta legislatura com um terço de mulheres. São 3 (Vânia Neri, Neide de Marú e Cecília) somente a última sagrou-se vencedora nesta eleição com a segunda maior votação entre os concorrentes, 220 votos. Para a próxima legislatura somente teremos uma vereadora entre os 9 eleitos, que legislará entre 2020 e

  Gel é a grande vencedora das eleições de 2020 em Antônio Cardoso Certo dia um amigo me disse que Gel era a maior política de Antônio Cardoso. Eu, apesar da amizade, carinho, respeito, deferência e consideração que sempre tive, disse: - não é o que os dados mostram. O ex-prefeito Baixa Fria foi vereador e além disso foi prefeito por três vezes (1996, 2000 e 2012). Gel somente foi por duas oportunidades (2004 e 2008), logo, o maior é o que mais ganha e o que mais ganhou a prefeitura municipal de Antônio Cardoso foi o ex-prefeito. Pois bem.  Esta eleição de 2020 serviu para consolidar Gel como grande política mesmo após a sua morte. Por disputas minoritárias, a meu ver, o grupo liderado pela prefeita Gel rompeu com o grupo do atual prefeito Toinho Santiago em meados do segundo semestre do ano de 2020.  Se por consideração, devoção, pagamento ou despedida, o fato é que Gel, simbolicamente, sai muito vitoriosa, mesmo não presente mais, deste pleito.  Além de cravar 4623 votos para Lu de G