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Mostrando postagens de abril, 2021

O mito da linguagem juvenil

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  O MITO DA LINGUAGEM JUVENIL Escuta-se diariamente, ao se tratar de diálogos com a juventude, uma busca frenética em busca da chamada “linguagem juvenil”. As produções de materiais educativos, dialógicos, técnicos e demais sempre apresentam esta preocupação. Mas, uma pergunta deve ser feita: O que significa a linguagem juvenil? Cada faixa etária tem uma linguagem específica para entendimento, contemplação e convencimento?  Não tenho a resposta para o que se passa em cada cabeça quando se fala e se trata desta busca, mas uma coisa não pode fugir de mim e nem de ninguém que atua tanto com linguagem quanto com a juventude. Primeira questão é: A juventude não é um estrato homogêneo que somente possui uma linguagem e, a partir dela, se consegue dialogar com todos os tipos de conteúdos e de conhecimentos acumulados pela humanidade. Outra questão é o que se espera da juventude quando somente pretende-se destinar para eles apenas um único tipo de linguagem. O que necessariamente não significa

Sem abraço minha cidade

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  Sem abraço minha cidade  Hoje sai para celebrar  No Canto Escuro se canta  No Oleiro se ressoa O que na Sede entoa No Gavião também se sente Hoje, meu povo está contente Celebrando mais um ano Mas, tá distante, resmungando  Com vontade de abraçar  Sem abraço, minha cidade  Hoje sai pra celebrar  O Samba de Roda no Poço  Guarda o Tambor e o pandeiro  Sem montaria no Limoeiro E sem arreios nos cavalos  O futebol, o baleado O dominó e a biriba  E as poesias de cada rima  Poucos risos nas meninas  Lamento triste a escutar  Sem abraço minha cidade  Hoje sai pra celebrar  No Travessao não pode festa  Na Bananeira sem torneio Assim o belo se faz feio Na Caboronga som não pode  No campos os pés não correm  E as redes não balançam  No Mocó uma esperança  Espera pra comemorar  Sem abraço, minha cidade Hoje sai pra celebrar  Na Santa Cruz, uma prece  Nos Paus Altos reunião? E na Ilha, peixe? - não  Em Sanxtovei praça vazia No Pernambuco que se ia Tomar um banho, abrir caminho  E na Queimadas to

O racismo não se manifesta. É manifestado.

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  O racismo não se manifesta. É manifestado  O mundo não é sem nós. Nos o fazemos e nomeamos nossas ações a partir dos nossos feitos. Pois, é. Fazemos coisas boas a plausíveis e também ações desprezíveis. Dentre estas está o racismo. É ponto comum a aceitação da existência do racismo no Brasil. Aliás, era. Pois, o vice-presidente da república, General Hamilton Mourão afirmou que no Brasil não há racismo. Assim sendo, abriu a possibilidade para os racistas à brasileira achar que somente é racismo se ocorrer na forma de apartheíd como nos Estados Unidos e na África do Sul. Desta forma, naturaliza o que ocorre no Brasil. Na Bahia o ACM chamava de bainaidade e no Brasil deve ter a equivalência semântica de... brasilidade. Aí estamos entre o ruim é o péssimo. Um que pratica o racismo e acha que faz parte da cultura e por isso não precisa de mudar e outro que acha que o racismo somente existe em sua forma mais explícita. Pois, para estes a assimetria que coloca gente preta em condições de ma