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Mostrando postagens de maio, 2020
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ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS PRECISAM DE CERTIFICADOS DE TUDO Sou baiano, preto, rural, quilombola e empobreceram meu povo. Valorizei pouco os papéis porque muitos professores me diziam que o importante é o conhecimento e não o papel. Eu, e meu colegas de salas quase todos. Desta forma, muitos passaram a valorizar o quefazer e não, necessariamente, a sua organização temporal do feito. O sentido stricto currículo. A corrida da vida. Os meus,  até hoje poucos têm currículo lattes. Não usam a plataforma e nem escrevem o que fazem. Tipo: a história oral da conta. Mas, não dá. Currículo é o que a gente faz na vida. Quando o termo surgiu significava a corrida da vida. Até hoje o currículum vitae é isso. Portanto, escrevamos sobre o que fazemos e fazemos para escrever também. Hoje, já passeando pelas universidades em outras instâncias de pós graduações eu percebo a necessidade disso. (Bem como a de livro em vez de xerox quando se puder). Ensinaram a gente preta e empobrecida que o
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Mortes sem ritual “Não tenho medo da morte. Sim medo de morrer”. Com este verso, Gilberto Gil eternizava mais um dos clássicos que chamamos de músicas ou poesias andantes. Gil fala em muitas das suas músicas sobre morte. Mas, já sobre morrer, eis um problema. A forma da morte é que é um problema. É que intriga mesmo as pessoas que não se amedrontam diante da dona do medo no mundo. Mas, nestes tempos ela se veste de uma capa ainda mais escura e uma foice ainda mais feroz e amedrontadora. Ela tá vindo sem rito. Se bem que nas comunidades negras a certo tempo ela já vem sem rito a um tempo. Mas, ultimamente tem piorado a ausência do rito mais ainda. Em tempos normais a morte é mais “celebrada”. Têm-se tempo de despedida, mais tempo de chorar, de beber o morto, de visitar o perdente, de passar pelos ritos religiosos etc. agora não. Agora, há uma aproximação a animalização do rito. Chora-se pouco, com pouca gente ou sozinho. Talvez isso fique nas mentes e nos corpos e precise de re
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O PT E A AUTOCRÍTICA O PT precisa de fazer a autocritica. Assim ouvia-se, como um mantra, por todos os grandes veículos de uma mídia que sempre teve lado (que jamais foi o de incluir os mais empobrecidos) e por muita gente de uma esquerda sem alvenaria ou esteio. Por conta desta tal autocritica muitos tornaram-se ex-petistas, criaram partidos novos, rememoraram a esquerda europeia da primeira década do século XX, colocaram-se contra o Walfare State e enclausuraram-se num mundo ideal. Mais ideal ainda para palanque e discurso. A grande mídia adorou e continuou mais fortalecida ainda. Isso não dirime os descaminhos que parte de petistas e sua cúpula do poder central tomava. A grande mídia continuou colocando a lupa na tal autocritica que o PT não fazia e criou-se logo denominações aos integrantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores. Foi petralha, pão com mortadela, esquerdopata e outros. Não esqueçamos quem começou com estas ofensas todas ao PT. Desta forma os grandes
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Estudantes têm tempo. Por que não estudam? “Estar sendo é uma condição para ser”. Desta forma asseverava o mestre Paulo Freire sobre a necessidade do encontro entre o que se faz o que se diz. As características que devem caracterizar o caracterizado. Ou seja, a busca do óbvio. Assim sendo, para ser estudante precisa-se de estudar. Pode até haver pessoas que estudam e não são estudantes, mas, não cabe no arcabouço qualificador o estudante que não estuda. Este perde por insuficiência comprobatória o status que o nome lhe outorga. Vindo do latim a palavra estudante significa a pessoa dedicada, zelosa. Que ama o que faz e que aprende ao fazer também. Diferente de aluno, que hoje ambas possuem o mesmo status semântico, e significa ser sem luz, a palavra estudante está na dianteira do uso, inclusive no campo mais progressista de usuários da língua. Mas, não irei discorrer aqui sobre a função de estudante que, remete a todos que estudam. Mas, centrar-me-ei (para usar um pouco de mesó
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A estranha mania de contar mortos E de repente virou o tempo. Disse o poeta ruivo que embala meus amores e sonhos, em sua canção Rock And Roll. Só que desta vez o tempo virou demais. No tempo do poeta a gente poderia convencer as gentes que se parecem inconvenciveis de que sua posição estava errada. Mas, nestes tempos temos um tempo a ser mudado que desafia a Metamorfose. Mesmo que ambulantes. Aliás, a música mais usada pelo poeta da Metamorfose Ambulante é outra. A que trata do Dia em que a Terra Parou. Mas, não parou. Não, senhores, a terra não parou. Diariamente ela está sendo movida, removida e alimentada. As vermes que habitam em seu subsolo tem de empanturrado de alimentos. Brás Cubas agradeceu aos vermes que haviam comido suas carnes em suas Memórias Póstumas. Então, que agradecemos os de agora e desejemos que não precisem de chá de boldo por tanto alimento. A estranha mania de ter fé na vida tem perdido espaço para a estranha mania de não ter fé. Um pitada salobra de n
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UM TIRO PARA PEGAR EM MIM MESMO: O QUE SIGIFINCA ENTA ENXURRADA DE LIVES? Como Narciso em frente ao espelho as lives se espalham no Brasil em tempos de quarentena por conta do Covid19. Todo mundo faz, todo mundo pede e todo dia tem. Aliás, toda hora e todos os minutos têm. São lives de reuniões, de aulas, de bate papo.... Há lives até para não se falar nada. De analfabeto a pós doutor tem gente fazendo lives. Mas, meu coração indagador pergunta: para que estas lives todas, meu Deus? Né Drummond!? Tenho acompanhado diversas lives e tenho visto elas se definharem. Uma novidade que se envelhecem antes da juventude.  Lives de conteúdos então. As lives que tem tido muita gente são as lives de cantores, regrada a bebidas e com forte apelo de quem apoia. Mas, mesmo as de cantores eu tenho sentido uma parca participação das pessoas. As lives parecem ser feitas para contemplar o ego do feitor. Uma espécie de narcisismo que as tecnologias digitais possibilitam e se amplia com o advento d
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Um Calígula na presidência? 31 de agosto do ano nascia Caio Júlio César Augusto Germânico. Era Início dos anos cristãos no império romano. Terceiro imperador da dinastia do Império do Sol perene. Cresceu entre os militares. Usava a caligae. Caligae eram pequenas sandálias militares que este César usava. Daí advêm seu apelido Calígula. Ano 37, após a morte de Tiberio, seu tio, o mundo romano recebia e o senado reconhecia e aplaudia o seu mais novo imperador: Calígula. Calígula tinha algumas obsessões. Dentre elas, o dinheiro e a religião. Além, claro, do grande apreço ao militarismo e decisões de “tirar do caminho” quem ele achava que lhe era um “perigo”. Um possível obstáculo. Com Calígula os territórios ocidentais perderam poder. O negócio de Calígula era concentração de poder em seu entorno. Calígula tornou-se mais conhecido no mundo por Incitatus. Mas, quem foi Incitatus? Incitatus foi um quadrúpede. Isso mesmo, um cavalo. Cavalo destes que a gente conhece aqui. Um cavalo