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Mostrando postagens de junho, 2019
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Nasci para morrer de sete. Morrer de sete, quatorze ou vinte e um... Assim me diziam quando era eu pequeno, ou melhor não me diziam. Nossa sociedade não permite o diálogo com as crianças. Mas resisti. Crescer comendo “chocha” (chocha é café com farinha) é uma resistência. Aliás, quando Euclides da Cunha disse z que “o sertanejo é antes de tudo um forte” é nesta linha, como sobreviver com tantas dificuldades. E, como a saúde e a roça andaram em paralelo, morrer de sete, quatorze ou vinte e um não era lá novidades. Mas não, eu resisti. Na resistência tiveram que me batizar, para não morrer pagão, e de me darem um nome. O batizar na roça é maior do que o nome. A religião sobrepõe o Estado. Daí, herdando de meu pai a letra J, aliás, na roça se usa –ou usava- a primeira letra do nome do pai para os nomes masculinos e a primeira letra do da mãe, para os femininos. Ah, as mães da roça se assemelham também com Palagueia Nilovna de Gorki... Mas deixemos Gorki por ora. Vamos ao meu nome. Me
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UMA RAZÃO PELA JANELA 1. Jocivaldo dos Anjos O cientista politico André Singer em sua coluna semana no Jornal Folha de São Paulo escreveu neste sábado dia 01 de setembro de 2018 um texto intitulado UMA JANELA PARA A RAZÃO. Singer é um dos mais renomados (se não o maior pesquisador do Lulismo no Brasil) tarefa à qual, de mais distante, tento também me arvorar. Pontuando somente sobre uma parte da população que o Lulismo encerra – como qualquer outro “modelo” de desenvolvimento adotado pelo país-² a juventude. Em espacial a juventude rural me declino a compreender dentro da estratégia lulista na gestão pública. Logo, me utilizo aqui de uma paráfrase trocadilhada – se permite a língua que negou nesta semana negou,  pelos seus representantes,  a ascensão da primeira mulher negra, Conceição Evaristo, nas fileiras da Academia Brasileira de Letras – ABL. https://g1.globo.com/pop-arte/blog/dodo-azevedo/post/2018/08/30/a-abl-nao-merece-conceicao-evaristo.ghtml. Mas, retomando a frase
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Para quem serve a avaliação? 1. Jocivaldo dos Anjos jocinegao@hotmail.com A avaliação é tida como o maior adversário dos estudantes, pois o seu caráter punitivo é elevado e o seu significado é apenas analisado pela ótica de prestação de contas. No movimento social ela é, geralmente, utilizada nos finais de cada ano para projetar o próximo ano, Alem disso também quando há crise em alguma entidade faz-se uma avaliação para tentar solucionar o problema, que geralmente é de gestão, esta avaliação tem um caráter, ainda que um pouco punitivo, mas o seu principal objetivo é o de solucionar ou no mínimo apontar soluções para o entrave. Avaliar o passado, entender o presente e planejar o futuro, tornou-se o grande jargão em muitas entidades. Do grego dokimé, avaliar significa dar nota, proposta que também é conhecida como decimologia. Então, logo em todo o processo avaliativo, atribui-se uma nota, seja no intuito de projetar ou no intuito de punir, mas algum conceito é dado. Um pe
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Que merda é essa?¹ Jocivaldo dos Anjos² A palavra merda é um substantivo muito utilizado no falar cotidiano de todos os brasileiros e brasileiras, sem distinção de classe social, coloração de pele, religiosidade etc. Entretanto “declamá-la” - sempre é tido por alguns setores conservadores da sociedade - como uma palavra sendo de baixo calão e que não deva ser utilizado nas relações sociais. Esta palavra “merda” é a palavra que nos últimos dias tomou a cena midiática brasileira devido a ser entoada pela maior autoridade do país. Ninguém menos que o presidente Luis Inácio Lula da Silva afirmou: “(...) Nossos programas sociais é para tirar o povo da merda e tem tirado (...)”. Após o presidente entoar estas palavras ele de pronto percebeu que utilizou uma palavra de pouca aceitação pela mídia e se afirmou: “ amanha os meios de comunicação falarão que o presidente da republica falou a palavra merda. Mas, eles falam isso todos os dias...” A diferença entre o presidente ter falado e
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SOMOS DE UM SETOR QUE NÃO É O TERCEIRO¹ Jocivaldo dos Anjos² Como uma fênix o capital tenta sempre nascer de suas cinzas. Troca-se nomenclaturas, conceitos e atitudes até, mas o produto final é sempre o mesmo: Elevação dos lucros de forma exacerbada sem levar em conta questões sociais estruturantes da sociedade. No início da década de 1990 o Brasil passou por mais um processo implementado pelo capital em terras tupiniquins. Como uma tendência mundial fora ora implementado a ideia do Estado Mínimo, ou seja, o Estado Brasileiro seria algo irrelevante para a inferir no mercado, assim o mercado andaria com pernas próprias como se pudesse viver fora de um estado construtor de leis e responsável pela qualidade de vida das pessoas. Neste bojo houve um processo de desmonte do Estado Nacional dando espaço às privatizações e entrega dos bens públicos nas mãos da iniciativa privada. Na intenção de dar vazão a “bondade” desta ideia do capital os teóricos defensores do capitalismo cr
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Mel para as moscas Vivo nos mortos que vivem na insensatez Dos martírios dos vivos qual Cristo no calvário Conflitos, resquícios, vícios diários Vivo do inferno, que do céu já não há vez Retiro das pedreiras o fel para o alimento Da insônia; o sonho; da tristeza; a beleza Da cobardia humana fico com a sutileza Do reflexo quero a sombra pra refletir sombreamento Se for vida ou se é morte, tanto faz pra covardia Maviosos, mafiosos, estrelas D’alva à luz do dia Clareando e ofuscando o matiz da liberdade Da flor serve-me o espinho pra defesa pessoal Qual condor que quer ter asas pra fugir do desleal Quero a boceta de Pandora pra guardar as vaidades. Jocivaldo dos Anjos, 22/04/2011
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OU OUVE PAI E MÃE OU OUVE COITADO Jocivaldo dos Anjos¹ Quando éramos crianças minha mãe e meu pai nos davas aulas de política sem saber. Muito menos eu. Nem sabia e ainda odiava a política. Todo mundo era ladrão para nós. Ainda hoje para muitos ainda é. Uma pena que assim seja. Tratava-se  de um tratado aqueles ensinamentos. Eles me diziam: quem não ouve pai e mãe ouve: coitado. Diziam-me que era para a gente ouvi-los porque ainda que fossem duras e azedas suas palavras era para pavimentar nosso andar e o nosso caminho com doçura e leveza a nossa vida. Era um tratado da política porque era um dizer assim: -  quem viveu mais do que você sabe mais do que você. - Quem já passou por um caminho sabe mais do que aquele que não passou ainda. Quem viveu mais sabe mais do que quem viveu menos. Isso foi o que Nicolau Maquiavel disse para Lorenzo di Medici. Pois bem. Não precisa repetir o já dito para se saber o seu significado. O já dito é o chão pisado do qual nos fala Maquiavel. P
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Uma promiscuidade na justiça: a gravação que expõe a farsa na lava jato Uma confusão desordenada. Assim, na mais branda definição, podemos classificar a força-tarefa Lava Jato. Os mais críticos dos críticos desta operação não imaginavam ser  tão torpe, vil a anticonstitucional o modelo adotado pelos procuradores da lava Jato , em especial o Deltan Dellagnol, e pelo ex-juiz e atual ministro da justiça e segurança pública, Sérgio Moro. Um Mecanismo de fato. Reorientando o Padilha a escrever o roteiro certo para a sua série. A negação da imparcialidade, um juiz acusador, a adoção de táticas contrárias ao princípio da isonomia e o ataque sem precedentes a um partido político, o PT no caso, mancha a imagem desta operação de forma irrecuperável. As conversas divulgadas pelo site theincercept.com expõe as vísceras de um verdadeiro câncer que orientou o ódio onde deveria imperar a justiça. Se Moro e Dallagnol errou, pior ainda foi a turma do Tribunal Regional da Quarta Região -TRF4 e
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1. Outros 500. 2. Jocinegao@hotmail.com A ascensão de pessoas pobres – que geralmente são negras e negros- a cargos que lhe conferem salários acima da média percebida por seus pares, (seja por concurso, carreira ou cargos políticos), deve ser considerada pela sociedade de forma diferenciada. A diferença deve ser analisada, não pelo valor bruto percebido, mas pelo valor liquido. E esta liquidez deve ser analisada não pelos encargos tributários que são cobrados, mas pelas relações sociais, familiares e de poder de influencia que tem o pobre que ascende e que tem uma pessoa da classe media alta já ascendido que a  própria historia já o confere. Pobres quando ascendem, eles não têm uma herança material e social que não lhes permitem investir os valores ganhados em negócios ou fazer investimentos mais qualificados em si próprio. Têm estruturas familiares que o “obriga” a ter que ajuda-los; uma vez que são pessoas que tem um recorte social de necessidades tamanhas, de carência mat
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1.Ser Romântico não é tarefa para qualquer um 2.Jocivaldo dos Anjos jocinegao@hotmail.com Qualquer um, em nossa sociedade capitalista e marcada pela divisão velada ou explicita das classes sociais são aquelas pessoas que dispõe de poucos recursos, principalmente financeiros. Geralmente os identificamos por não freqüentar lugares caros, ou até mesmo baratos, pois para a definição de caros e baratos depende muito do referencial. Mas o fato é que o “qualquer um” é facilmente identificado quando se trata de romantismo e de ser romântico. Partindo-se do pressuposto de que o sentimento é uma essência e, assim sendo o romântico tem um sentimento e que este não tem uma relação intrínseca com as posses de cada um, é muito simples ser romântico em nossa sociedade e poder demonstrar para a pessoa por quem se depreende este “belo” sentimento; mesmo porque não se compra sentimentos nas vitrines. Na verdade o termo romantismo evoca a Escola Literária do Romantismo, também, e nesta escola l
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NÃO QUEREMOS MULHERES PRESIDENTES DE NADA.¹ Jocivaldo dos Anjos² Discute-se muito entre as “letradas brasileiras” sobre a forma de denominação da presidenta da republica Dilma Rousseff. Afirmam que estão matando a gramática e desrespeitando as leis outrora fomentadas. Como se a língua do povo fosse algo estático. Circula pela internet um texto abordando a forma “A PRESIDENTA ELEGANTA”. Ademais de ser um desconhecimento das questões linguísticas e do seu percurso até a chegada da língua portuguesa, trata-se de uma deselegância tamanha e de um desrespeito às lutas das mulheres para a incorporação de marcadores de gêneros não só na gramática, mas principalmente na história.         Afirmam até que o Aurélio deve estar remoendo no seu túmulo. Se tiver, paciência. Também Aurélio ( com todo respeito à sua contribuição intelectual para o Brasil) foi homem, branco e ocupante da elite brasileira. Aposto com quem quiser que se uma mulher negra, pobre e nordestina tivesse as possibil
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Notas sobre uma identidade mestiça e malandra Quem somos nós, os brasileiros? O Brasil é um país que quanto a sua formação étnico-cultural podemos dizer que, ainda vive sob uma crise cultural de identidade. Esta crise fomentou ao povo brasileiro uma dificuldade para o seu auto-reconhecimento o que faz com que este povo em cada mo mento da historia se depare com uma nova definição de que é ele na verdade. No texto Complexo de Zé Carioca, da antropóloga Lilia Katri Mmmmmoitz Schwarcz, ela retrata sobre a dificuldade por parte do povo brasileiro de reconhecer a sua identidade e também da inquietação que isso vem provocando em muitos teóricos ao longo da historia do Brasil. Como a Lilia não poderia tratar da historia do Brasil desde a invasão destas terras pelos portugueses ela adota uma linha do tempo que se inicia com a independência do Brasil em 1822, que foi um o momento em que surgiram escritos importantes sobre a identidade do povo brasileiro. E nem só por isso, mas este mom
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EM VEZ DE FILHO DE AGRICULTORES VAMOS FALAR DE JOVENS AGRICULTORES FAMILIARES “Ser é uma condição para estar sendo”. Assim nos ensinara o mestre Paulo Freire. Afirmando que para que as pessoas se dizerem ser algo precisaria, de fatos estar sendo. Assim, em relação a identidade da juventude rural, cabe-nos uma pergunta: - A juventude rural está sendo juventude rural? Esta pode continuar a ser? Ou não está sendo e, portanto, tem dificuldades a continuar a ser aquilo que ainda não é? A denominação: “filho de agricultor familiar significa ser um sujeito em formação indenitária? Alguém se sente próprio sendo referenciado por outro? Ainda que este outro seja parte deste? Sem pretensão de apresentar respostas para estas perguntas, mas somente apontar o que podem ser possíveis leituras sobre as respostas é apresentado aqui algumas reflexões. Quando se fala que o jovem é filho de agricultor familiar ou ele se reporta enquanto tal, nisso existe uma orientação de negação de identidade. Po
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O ESPETÁCULO COMO PRÁTICA DE APLICAÇÃO DA LEI E DA NEGAÇÃO DA JUSTIÇA Jocivaldo dos Anjos¹ “Dura lex sed lex”. A lei é dura, mas é a lei. Esta máxima se ensina desde a muito tempo nos cursos de direito e até nos espaços mais longínquos de existência do Estado Moderno. E também em lugares em que o senso comum supera o conhecimento acadêmico. A lei é dotada do sentido do medo. Ela existe para ser temida. Mais temida do que respeitada. No entanto, há algo que também deve ser dito e que deve ser entendido: em todos estes lugares as pessoas precisam de saber para não confundir a lei com a justiça. A lei é aprovada por nossas câmaras (alta e baixa) Câmara dos Deputados e Senado Federal. Elas representam o sentimento daqueles deputados e senadores que nós elegemos pelo sufrágio universal por eleição direta e secreta a cada quatro anos. E, por consequência deveria também representar o sentimento do povo. #SQN. Para perceber e comprovar a assertiva  basta somente observarmos a fotografi
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Não venham me falar de políticas de combate ao êxodo rural¹ Jocivaldo dos Anjos² É sabido na historia do Brasil recente que há diversas ações de políticas publicas sendo implementadas no sentido de evitar que os habitantes do meio rural  deixem este espaço geográfico e migrem para as cidades. Estas políticas passaram a acontecer depois de um longo período de incentivo de saída destes habitantes para a construção dos centros urbanos brasileiro. No entanto acredito ser necessário fazer algumas inferências acerca destas tangencias eufememisticamente denominadas de políticas públicas. Afirmo ser eufemismo não simplesmente no sentido gramatical, mas também e principalmente no sentido político, que é o movimento que deve ser feito para melhorar a vida das pessoas. Evitar o êxodo rural tem sido uma política no sentido de resolver um problema que é o inchaço nas cidades e das cidades, logo esta resolução não é para resolver um problema do campo, mas um problema da cidade. A cidade
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PEGA A SUA INVEJA BRANCA E… Estamos acostumados a escutar o apaziguamento das palavras que o nosso status linguistico com a colocaçao da palavra branco ou branca depois de algum substantivo de semântica desprestigiada para  dar um status de qualificação à mesma. Daí deriva as ideias de inveja branca, a disputa branca, a guerra branca, a religião branca e… qualquer nome que seja. até os assassinatos... se forem brancos devem ser considerados aceitos. A sociedade branca qualificou o que é branco ou o que pode ser branco como o qualificador social. Estas coisas brancas como qualificadoras pode até compartir pãos conosco em algum momento. Mas, não...  não podem ser nossas companheiras. Se o nosso “pão” é o que o diabo amassou e o deles o que sinhá fez… algo está errado. A palavra companheiro vem do latim. Cum pannis. Aquele que come o pão conosco. Desta forma dividimos  o pão com o companheiro ou com a companheira. Mas, precisamos de saber se o pão comido é o nosso ou o do outro que