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Mostrando postagens de março, 2020
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A pedagogia da competição como um princípio de derrota e seus impactos na gestão pública Quem compete mais ajuda menos. Quando falo em competir me refiro ao sentido estreito de competição. Imagino as pessoas imersas no capitalismo, que aprendeu que o mais importante não é o seu jardim ter flores frondosas, mas, que, independentemente de o seu jardim está muito bom ou não, não é este o seu parâmetro de avaliação da beleza de suas flores. Mas, o seu critério de avaliação são as flores do vizinho. O cuidado com o jardim passa, necessariamente, pela observação diária de como o jardim alheio está. Aí reside a pequenez da humanidade. O que há de pior em contribuição para a construção de um mundo mais harmônico e justo. Ao se tratar de justo me lembro do diálogo entre Sócrates e Polemarco ao descortinar o sentido de justiça. Os que têm a competição como princípio e afirmam estar indo ao caminho da justiça, indico a leitura. Está no Livro a República de Platão. Pois, diz o sábio, o que
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Velho não é criança e ordens não resolvem Você pode estar matando querendo proteger. (Entre a cura e o veneno a única difere é a dosagem).  Tenho visto nos grupos de aplicativos de mensagens muitos vídeos sobre velhos com o tema: “fique em casa”. Estas mensagens às vezes vem com conteúdos jocosos em que tem sirene de polícias e velhos correndo para dentro de casa com medo. É isso tem provocado histerias de risos coletivos como se o sofrimento alheio, que deveria ser de todo mundo, fosse risível. Gente, menos, por favor! Já não basta os idosos verem nas TVs os caixões em caminhões saindo na Itália? Já não basta o medo de morrer - que todo mundo tem- eles mais, por conta da imunidade baixa? Já não basta muitos deles se sentirem um “encosto” na família é um peso? Já não basta o abandono do Estado brasileiro em não possuir políticas efetivas para eles? Já não basta o abandono familiar, em muitos casos,  para com os idosos brasileiros?  Parece que não. É tipo... “além da queda, o c
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QUEM SÃO OS VELHOS QUE O CORONA VÍRUS PODE MATAR? Quase mil mortes num só dia na Itália. - É Joci, mas eram todos velhos, né? – tenho escutado recorrentemente esta frase de pessoas que justificam a produtividade e o afrouxamento das medidas da quarentena. Dizem que precisam de liberar para o povo poder “produzir” e, assim, voltarmos à normalidade. Eles que têm de ficar em casa. Pois, grupo de risco são eles. Então, “eles que lutem”. Acostumamos a abandonar gente velha. Alias, nós, que pudemos estudar e conhecer a cidade, morar e desfrutar das políticas públicas que ela tem (não é meu caso, necessariamente, mas, sou tributário disso, não nego. Só moro na cidade por necessidade. Nada contra! Mas, a favor da minha roça) somente aqui estamos porque uma geração de idosos, de hoje, deixaram de comprar roupas e até comida ou objetos de higiene para permitir que a gente pudesse andar. Tipo: nos deram suas pernas para podermos correr. Deram-se o analfabetismo pelo nosso poliglotismo e,
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Ou interditamos ele ou ele interdita o Brasil. Chega! Já não cabe mais relativização e republicanismo no diálogo com Bolsonaro. Pois, não se trata somente de uma política maldosa e que vai de encontro ao povo mais pobre do Brasil. Este homem é uma ameaça a vida das pessoas, ao conceito de Estado-Nação e à paz mundial. Compreendê-lo com alguém dotado de capacidades mentais é agredir toda a produção científica respeitada no mundo até então. Mesmo considerando que ele pode desejar uma retaliação por parte da sociedade para forçar um Estado de exceção; mesmo compreendendo que ele faz isso para se mostrar como defensor dos micros e pequenos empresários; mesmo sabendo que no impedimento dele será alçado ao cargo o General Mourão. Bolsonaro não dá mais. Estamos vivenciando a maior crise humanitária da história mundial moderna. Estamos acompanhando a maior morte em série provocada por uma doença invisível, que atingir os 5 continentes. Entraremos na maior recessão pós crack de 1929. T
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Despropaxitonizamos para melhor comunicar Na vida há muita gente Que estuda um pouco mais Já se acha assim assaz O poderoso do pedaço Acha que uns falam errado E ele bem e “bonito” Papagaio, periquito Tão sabidos, há, há, há... Desproparoxitonizamos para melhor comunicar Desde o antigo latim O povo já simplificava Estes vocábulos se mudava Para impartir a falação E da lá pra cá então O esquisito foi mudado Vocábulos modificados E resultou no que hoje há Despropaxitonizamos para melhor comunicar Para abobora diz abroba Arvore, avre há de ser Fósforo se torna fosco E há xicra pra beber Na charca se tem as frutas Nos ocrus dos matuta Umas coscas há de fazer Nas escolas se faz fizga Se vende pezgo nas feira Nos rádios se ouve musgas Em numbro grande pra quem quêra Tem muito combos de uma casa Mas na há durda que a entrada É a sala verdadeira. Todo sabo é dia de festa É a vespra de domingo Tem que te forgo pra agüentar E livrar-se do perigo
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A PEDAGOGIA DO ABRAÇO COMO EXPOSIÇÃO DO AFETO Aprendemos que amar é tocar. E... a gente quando ama ou acha que ama alguém queremos logo tocá-los e tocá-las. Este tocar vai desde apertar as bochechas gordas das crianças até o beijo de língua enamorados e, segurar nos mais velhos para ajudar a sustentar o corpo. Isso passa pelas celebrações todas possíveis e inimagináveis. A gente se toca para celebrar. E agora? Agora são bençãos sem pegar nas mãos, é afagos sem aproximações, são beijos sem língua, (nem beijos, diga-se de passagem) e celebrações ao longe. Como celebrar o amor criado sem a quentura do abraço? Precisamos de aprender. Começar a aprender que somente desta forma a gente pode expelir amor. Pois, de outra forma não é expressar amor, é incompreensão da situação vivida. Os mais velhos sofrem mais. Sofrem porque ao longo da vida não aprenderam amar de outras maneiras que não o contato físico. As gerações mais novas, em especial os nativos digitais, já usavam as redes par
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HORA DE TIRAR KEYNES DA GAVETA Eu preferia uma alternativa ao capitalismo. Mas, me parece ainda não haver o espectro rondando o mundo e em especial o Brasil. Assim sendo, nos cabe propor a retomada do diálogo com Keynes. Em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, John Maynard Keynes se notabilizou pela defesa da intervenção do Estado na Economia, medida que destoava das medidas liberais que defendem a “não intervenção”, - omissão pra um lado -do Estado na economia. A proposta do economista inglês contribuiu com o New Deal nos Estados Unidos de Roosevelt e na Europa ficou conhecida como o Walfare State (Estado de Bem Estar Social), que já havia vivenciado desde o final do século XIX na Alemanha de Bismark. Como o capitalismo se reedita, as alternativas a ele também. A ideia aqui não é fazer texto pesado, somente para a introdução do porquê Keynes agora. Quando passar a crise do Corona Vírus teremos um mundo diferente. Economias, principalmente as emergentes e rep
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GUARDIÕES DOS DESVALIDOS: POR QUE GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SUBALTERNIZADOS PARECEM MILITANTES? Eu pareço militante? Gestores de políticas públicas que atuam nas pautas que defendem a implementação e defesa dos direitos dos marginalizados devem se fazer diariamente. Pois, torna-se comum a defesa e o convencimento do obvio. E, de tanto defender o obvio parece ser um militante no meio de “gestores”. Gestores que, por vezes defendem a igualdade de tratamento das políticas públicas a partir do principio da isonomia e da negação de políticas reparatórias e defesa das universalizantes. O que está em jogo é: as politicas que os gestores chamados de militantes defendem não é a de igualdade. É a de desigualdade para os desiguais na medida de sua desigualdade, né, Milton Santos? Pois, as diferenças no Brasil produz grandes desigualdades e se a políticas pública não avançar no sentido da equidade, a desigualdade tende a mais do que perdurar, mas, aumentar. Assimetrias de combate
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É mulher é preta ou se é preta e mulher? Oposição descabida. Diriam as que me orientam, talvez. Descabida porque a intersecção é necessária e ainda, pelo menos, com mais um pé presente, para formar o tri, o pé social. No entanto, para a análise que me arvorarei, audaciosamente, a fazer, somente necessito destes dois pés para realizar a reflexão. Sobre o que substantiva e adjetiva o quê. Mulheres negras e empobrecidas tem ocupado o não lugar na sociedade. Isso não é novidade para ninguém. O que ainda assusta são as parcas políticas reparadoras desta hecatombe. Entretanto, temos ainda fortemente dificuldades, entre todxs na sociedade, em compreender porque algumas pautas avançam mais e outras menos. Ouso a dizer que se a pauta de mulheres (descolada da racialidade ) e a pauta LGB também avança (desolada também da pauta racial enquanto central) é porque o fio que as puxam não tem a racialidade como fator estruturante. Diante disso, as pretas fazem parte das ascensão das mulheres,
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Prevaleceu o bom senso: princípios da necropolitica Há corpos que podem deixar de existir na terrra. Estes corpos serão substituídos por outros corpos também descartáveis. Alimentarão os vermes com seus cérebros e adubará a dor na história de seu povo. Estes são os corpos negros. 241 mortos no Estado do Ceará em 13 dias. Isso, após um “motim” da PM, ou greve parcial... como desejar nomear o evento. E, está fala acima sobre o bom senso foi proferida pelo Ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro. A pergunta é: - o que significa o bom senso? Qual o seu valor semântico na gramática da segurança pública nacional? Pois, entendê-lo nos orienta a entender o princípio do senso. Antes de ser bom. “Saber soberano é exercer controle sobre a mortalidade e definir a vida como a implementação e manifestação do poder”. Assim, em seu livro Necropolitica, que na capa traz a cor vermelha em marcas de sangue, Achille  Mbembe expõe os que estão no mundo em padecer. Pagar com a vida as crises