A FOTO E A CIVILIDADE: Porque esta é a foto de 1 milhão?
Analisar
uma foto em que se encontram adversários políticos e achar que a mesma é um dos
maiores feitos da política recente é algo que traz consigo algumas indagações e
contestações. No último domingo, dia 10 de julho de 2017 foi produzida uma foto
em que se encontram dois atuais gestores de duas cidades vizinhas (José Ronaldo
– DEM- Feira de Santana) e (Toinho
Santiago – PT - Antônio Cardoso –), além do ex-prefeito de Antônio Cardoso, Baixa
Fria e da Ex-prefeita Gel. Esta foi a principal notícia da cavalgada. Realmente
causa algum tipo de espanto às análises mais dotadas - ou somente dotadas- de
emoções. Pois é a novidade. No entanto, deveríamos estar celebrando e não o
contrário.
A
democracia é feita de posições distintas e da vivencia harmoniosa entre as
pessoas. Esta foto serve para demonstrar que os palanques podem (e devem) ser
desarmados no dia da eleição. Serve também para demonstrar que a prefeitura não
é do prefeito e este deve cotidianamente combater o patrimonialismo (o prefeito
achar que a prefeitura é dele) e zelar pela legalidade e pela moralidade. O/a
prefeito/a eleito/a é (e deve ser) gestor de todas as pessoas: as que votaram
nele, as que votaram no adversário e inclusive aqueles que não votaram em
ninguém e os adversários dele também. A cidade é para uso de todos e o respeito
para com todos deve ser um princípio e não uma novidade estarrecedora. Aí é
onde se centra o espanto com a foto.
Estamos
acostumados a prefeituras e gestões que funcionam como um feudo. Um lugar que
somente entram os que votaram a favor da atual gestão. Estamos acostumados a
gestores que ao se sentar na cadeira passa a achar que é dele aquela peça (de
assento). Que entende que a caneta da decisão é só e somente só a sua e que não
deve se relacionar com outros entendimentos sociais distintos. Ainda bem que há
gestores que pensam diferente disso. E foi demonstrado pelo atual gestor de
Antônio Cardoso neste domingo ao não relutar em posar para uma foto (educativa)
ao demonstrar que as pessoas não precisam se odiar por estarem em lugares
diferentes e pensarem diferentes.
Ao
aceitar tirar uma foto desta o gestor contribui para a relação social não
odiosa entre os eleitores, principalmente os mais “apaixonados”. Demonstra
civilidade e respeito recíproco. Se outros não fizeram e entendem que não devem
fazer não deve caber as mesmas práticas aos gestores que pensam diferentes.
Cada um dá o que tem. Se bem que gestor público, por lei, deveria dar este
tratamento em todas as situações por ser a expressão do povo. Posição de
estadista que sabe a importância de cuidar bem do Estado.
Desta
forma, esta foto expressa um tempo bom de compromisso e civilidade. Um tempo em
que as discordâncias devem ser respeitadas e dialogadas para a construção de
uma gestão em que o cuidado pela cidade esteja acima das posições e crenças
pessoais. Sigamos!
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