PARABÉNS, MINHA CIDADE. PARA BÉNS EMANCIPADOS.

Que da Ilha transborde aguas para banhar de sonhos nossos nortes. E do canto escuro parta um canto de todas as raças, das três e das demais, mas para além das raças, que seja mais valorizado o nosso canto: Escuro. Para que do Gavião voos se alcem para a conquista destas terras ainda por serem conquistadas. Que façamos na Caboronga uma junção não só de dois polos maniqueístas, mas de uma confabulação de forças e vontades que chegue até ao Crumataí numa soma de esforços coletivos na constituição de um ganha-ganha, mas, com a prioridade de que estes ganhos sejam dos que a vida premiou com a perda, histórica. Se 2 + 8 são 10, e 10 representa o êxito, que o Km 28 seja um lugar de mais êxito, com gente feliz, produzindo felicidades e alastrando até o local que o nome representa os primeiros moradores destas terras: o Perí. E, que tenhamos mais e mais conhecimentos sobre os indígenas com nossos respeitos e nossas crenças. Que a Barra do Norte e a Barra do Sul sejam menos pesadas. Que sejam mais poetizadas a partir da concretude da qualidade de vida dos seus moradores. Que as Cabanas sejam, também, orientadas pela Cabanagem. Que as lutas pelos sonhos de dias melhores perfumem todo o município. Ah! Que os sítios sejam esverdeados e sem cercas e, que o Sitio Novo seja uma destas referências de sítios comunitários. Sítios de vida. E, que não falte vida nos Morros. Nem no da Pindoba, nem no Tabuleiro. E, que destes Paus Altos seja possível visualizar um município mais ditoso, feliz e alegre. Que o olfato aguçado do Mocó perceba de longe que nas Quaranas as pessoas também estão felizes e satisfeitas, bem como em seu lugar, um lugar do campo e, bem próximo de outros Campos Alegres. Que moldemos do Oleiro uma nova história, mas inclusiva e feliz. Que a Queimada seja uma lembrança de um tempo que forjou espaço para a uma agroecologia e, para ser pleonástico, sustentável. Sustentável principalmente no sentido de não repetição de direitos somente para uns e seja para todos, como é em Pernambuco. Pois, em Pernambuco nenhuma letra é mais beneficiada que outra. Apenas uma para formar o todo. Que estes caminhos das Laranjeiras, das Mangabeiras, dos Limoeiros... sejam orientações de constituição de um rural com mais gente e mais direito. Que tenhamos mais gente, mais gente feliz e mais território. Que a sapiência do santo da Padua, este mesmo, o de Lisboa, o Santo Antônio, grande douto, derrame a sapiência desde ‘sua’ comunidade até o outro santo, o velho. O Santo Estevão Velho. Que os velhos orientem os jovens e os jovens se orientem e orientem os velhos também, numa confabulação geracional em torno de vivencias harmoniosas, através destas travessias que o Travessão explicita em sua semântica etimológica. Que não queiramos dessalinizar o doce do Salgado. Ou melhor, que seja salgado mesmo, este doce. Respeitando as idiossincrasias de cada canto e de cada cultura. Que os terreiros tenham uma política de tombamento também. Que jamais voltemos às Tocas e conheçamos nossas histórias, respeitemos e construamos melhores dias. Que o Tócos sejam esta representatividade, também. Que a Santa Cruz e outras santas consigam compreender, entender e aceitar as não santas. Ser santa não deve ser uma obrigação, ser boa e ética para o mundo, sim. Ah! Que o Cavaco toque bem forte a canção da bondade e da junção que seja escutada do Subaé ao Riacho da Areia. Que os riachos sejam conservados.E, que o Poço seja um poço de bondade, de riquezas e da grandeza, de onde brota as águas de dias melhores. Que nesta passagem municipalista por nossas vicinas espalhemos amor pelos caminhos, plantemos jabuticabas, jacas, umbus, cajus...Que plantemos gentes e amor. E, que a sede sedie a festa. A festa da junção de um povo em busca e conquista de um município mais feliz, com mais direitos, com mais vida, como mais sonhos, com mais amor. Que a coragem nos guie pela emancipação.

Parabéns, minha cidade, Antônio Cardoso pelos seus 56 anos de existência.

Escrevi tem três anos, em 2015.  Enquanto viajava pelo Brasil pelos passos que meu município me permitiu. Continuo, hoje, viajando pelos mesmos passos que o meu município me permitiu. Quem sabe de onde vem sabe para onde volta e sabe de onde é.

Que tenhamos coragem e amor para fazer da nossa terra cada vez mais um melhor lugar de se viver. Sigamos!

Jocivaldo dos Anjos

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