Quem ganha com o governo Bolsonaro?
Supõe-se, o senso comum, que numa crise uma das partes ganha. Pois, por se tratar de uma desorganização, a parte que se coloca contra aquele governo pode tirar proveitos e se valer disso para o crescimento. No caso do governo Bolsonaro, não. O governo Bolsonaro faz parte teoria política do Steve Bannon em que o conflito é a lógica, não a sua superação. Se trata de uma negação das teorias gerais do Estado a que estamos acostumados. Quer pela direita ou pela esquerda. Já que o centro... o centro é o centro. Pior para a esquerda e a mesma coisa para a direita. Sempre penderá para o lado que está fora para forçar a entrada. Tipo aquela historinha do sapo: “me jogue no fogo, mas, não me jogue na água”. Mas, voltando.
A teoria do conflito, que rege este governo, cria situações de perdas para toda a população brasileira. Parafraseando a ex-presidentA Dilma: ah! É presidentA sim, e não presidente. É presidentA pela apropinquação. E, se não houvesse locus gramátical seria porque bell hooks nos orienta a ser sobre a dialogicidade da língua. Mas, seguindo. Gosto de atalhos para florear o caminho. Coisa de poeta prosista. Felipe Freitas e Guimarães Rosa não gostam. Mas, sigo gostando. Tanto do atalho quanto deles. Dois grande escritores.
“Não acho que quem ganhar ou quem perder vai ganhar ou vai perder. Vai todo mundo perder”. Dilma estaria certa sobre a dita após do impeachment sofrido por um golpe parlamentar e midiático ocorrido no ano de 2015 e que levou Bolsonaro à presidência da república. Ah! Os que não gostam de qualificações sobre o golpe e odeiam os adjetivos também não devem gostar de ler meus textos. Também, não escrevo para todos mundo mesmo. Logo, não me importo.
O que importa é que nesta crise constante todo mundo perde. Citarei alguns dos que perdem:
1. País e mães perdem porque esta divisão ideológica que o país enfrenta chega a ser corporal e muitos dos filhos seus passam dificuldades nas escolas em relação a se relacionarem com seus colegas. Propositadamente;
2. Perdem os adultos acostumados a um ser do PSDB e outro do PT, nos últimos 40 anos, e beberem e saírem juntos (até namorar) apesar de votarem em candidatos distintos. Esta nova fase da política nacional nega a democracia, o direito de escolhas e a pluralidade de pensamentos. Não há harmonia (somente a do Samba, Paradinha e o “Respeite que pode chegar onde a gente chegou”. Viva a Capelinha de São Caetano) Aliás, há outro perdedor:
3. Quem perde também é o Barão de Montesquieu e sua teoria (contestável até) da divisão harmônica dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. Este governo, orientado por um lunatico, nega o judiciário (menos os deuses de Curitiba) e faz esforços para colocar a população contra a maior corte do país, inclusive, o STF. Ao qual eu tenho as devidas vênias de críticas sobre acobardamentos em diversos episódios da história do Brasil.
4. Perde com o judiciário o legislativos que, tem alcunhado em suas posturas a negação da política, que por premissa deveria ser a negociação e articulação. Este governo denomina de “toma lá, dá cá) e uma horda de cientistas políticos formados na Universidade do WhatsApp, cujo o reitor autoproclamado se trata do Sr. Olavo de Carvalho, faz coro de que é verdade e nenhum deputado ou senador presta mesmo. Logo, sem deputado ou senador (este último aparece menos)e sem Judiciário o que sobra? Um totalitarismo. “Um enviado de Deus com plenos poderes incontestáveis”. Como já disse na França um certo Luiz e como já disse no Brasil um certo presidente na ditadura militar. Ah! Esta que o Presidente denomina de “Revolução “. Se discordar do governo não presta. E se torna comunista. Estadão, Folha de São Paulo, Globo, Istoé se tornaram comunistas no Brasil de Bolsonaro.
5. A parte republicana, ainda que golpista, do governo também perde. Porque não sabe para onde ir por não ter um
Projeto de nação claro e fica “pisando em ovos” ao tratar som o seu presidente -rei sobre qualquer tema e teme que o vereador do Rio e filho do Rei, Carlos, (Carlos é o número o que mesmo?) bem como o guru (que acha que guri tem de continuar a morrer) pensam. E, consequentemente há mais perdas.
6. A razão perde porque sem censo também não terá senso a feitura das políticas. Paulo Guedes propõe que se diminua o tamanho do censo. - Pra que estudar a população se já se sabe o que se quer? Um prognóstico sem diagnóstico. Da dipirona.
7. A emoção perde porque com tanta perseguição o coração não suporta entregar-se ao deleite de poder viajar ao som, cinema, teatro, poesias... ao som... ao som “destes larápios do dinheiro público para através da lei Rouanet ficar pregando o marxismo cultural com o dinheiro do contribuinte brasileiro “ 🤔. Assim diria um certo presidente Rei é um guru da Virgínia. Ah, hoje, dia 24 de abril de 2019 o governo publica a alteração da lei... a lei também mudou de nome. Não tem mais o nome do Sérgio Paulo Rounet, secretário de outro ex-presidente sem partido, o Collor,nome badalado entre os acadêmicos e que também faz parte da academia brasileira de letras. A lei agora irá se chamar de Lei. Não precisa de apelidar a Lei. Doravante será a Lei. E limitada a 1 milhão, ponto.
8. A esquerda é levada a ser perdida por diversos motivos. Primeiro é que uma parte passa tempo na defesa do Lula livre, outra parte criticando o Lula livre e outra parte nas duas coisas ou em coisa alguma. Mesmo porque não se tem lá muita opção num governo que ele mesmo se desdiz diariamente para existir. Mas, a esquerda precisa de se pactuar entre si.
Nesta conta de perdedores eu preciso de parar de escrever porque caso contrário chegaremos ao infinito. Mas, tem quem ganhe. Quem ganha são os mesmos representantes ou representados que ganharam com a o nazismo na Alemanha, com o fascismo na Itália, com o Trumpismo nos USA... ricos de capitalismo desenvolvido e de mente atrofiada para a humanidade. Ah! conversa de esquerdista petista falar isso. Porque muita gente pobre votou e apoia o Bolsonaro. Diria alguns defensores deste governo. - responde-lo-ei. Estudar sobre cultura e saber como ela funciona não faz mal pra ninguém. E mais: não há regimes totalitários (mesmo patético) que não haja apoio popular. Leia mais sobre os reichs. Ah! E se for vir com opinões e vontade somente eu agradeço a contribuição. Ciencia existe, mesmo a contestada e mal interpretado teoria da neutralidade axiológica, para ser usada. De senso comum eu já to cheio. Fui alambicado?🤔.
A perdedeira deste governo aponta para uma ligação do nada com o lugar nenhum. Mas, no nada e no lugar nenhum há investidores. Sigamos!
Jocivaldo dos Anjos é especialista e mestre em Gestão Pública. Não autoproclamado

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