Tu contas ou eu conta? Canta-lo-ei

Desde a gestão do ex-presidente Michel Temer já havia debates da lógica neoliberal e entreguista de diminuir o tamanho do Censo. O censo é a contagem de pessoas do país, mas, também de aferição da situação do país como um todo para a construção de banco de dados que permite o fomento de política públicas em diversas áreas a partir de aferição de indicadores decenais. Diminuir o tamanho do censo e excluir informações que as orientem é também excluir as políticas, pois, não saberemos as informações necessárias que justifiquem o seu fazer. O presidente Bolsonaro e Seu ministro Paulo Guedes estão propondo. Guedes chegou a dizer que em países desenvolvidos ocorrem 10 ou 12 perguntas tão somente e que no Brasil há perguntas demasiadamente. Bem, não deve se justificar perguntar num país sobre políticas sociais uma vez não havendo pobreza suficiente que justifique perguntas sobre o ocorrido. Mas, o Chicago-boy orientador da economia nacional parece discordar desta assertiva. Da coerência informativa de acordo com o público existente. O que ele sabe é sobre a direção que o governo deve ir. Não é na direção de construção de políticas que tenham dados suficientes de aferição de sua eficácia. Aliás, ele deseja acabar com estas políticas. Caras, né?
Tá bom. Conta-lo-eis.
O primeiro censo demográfico no país ocorreu no ano de 1940 o que contribuiu para levantamento de dados importantes justificadores de políticas públicas. De lá pra cá vem se aperfeiçoando e incrementando novos elementos diagnosticadores. É a partir do censo que as prefeituras arrecadam valores a partir de transferência direta e também se orienta a aplicar políticas públicas em setores mais urgentes. Sem estas informações como serão aplicadas?
Aliás, a ideia é de não aplica-las. Logo, eu conto.
Conto para alguns (e muitos) que caíram no conto da sereia. Conto para alguns que não gostam de contos e não sabem o que é são os contos de Machado de Assis e seu realismo cortante na carne. - A Carne não. A carne foi naturalista e do mineiro Júlio Ribeiro. Conto para quem está prestes a não ter contada a sua história e poderá viver com os contos de autodeclarados intelectuais como o astronauta filósofo caçador de comunistas. Conto para quem não conta - ou não quer contar- que tá com vergonha de ter contado com um desconto de espectro de político.
Vem cá, eu te conto. Mas, não conte para ninguém. Tá bom? Fiquem em canto e receba o desconto,
filho da ignorância.

Jocivaldo dos Anjos

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