1Da inutilidade do útil
2jocinegao@hotmail.com

Acostuma-se considerar que as pessoas são úteis quando elas se apresentam na sociedade em duas dimensões: na primeira quando se conquista respeito e reconhecimento por conta de estudos acadêmicos e demonstração de capacidade de elaboração, persuasão, autocontrole, trabalho em grupo, dentre outras possibilidades. Numa outra dimensão, úteis são pessoas que mesmo não tendo uma formação acadêmica, poder de persuasão e elaboração está sempre disposto a colaborar quando solicitados (sem discutir).  Denotam-se então duas faces de utilização do útil: o útil capaz e o útil colaborador, que às vezes pode-se mesclar em uma só dimensão ou se apresentar socialmente de forma separadas e o útil que se apresenta automatizado e mesmo com contribuições limitadas não apresenta nenhum risco político para o grupo social evidenciado.
 Estão duas dimensões de utilização da utilidade do útil sofrem diversas mudanças em representações a depender do espaço o qual o útil está se fazendo representado. Geralmente, nos espaços políticos (não só de partidos, mas também e de forma mais veemente) escolhe-se a segunda possibilidade de útil, aquela que está sempre pronto para servir, mesmo não tendo domínios que colaborem com mais qualidade das situações diversas que possam ocorrer. Estas pessoas são requisitadas uma vez que estas não opinam, na maioria das vezes, não reclamam e fazem a função a qual lhe é solicitada sem pestanejar. É uma forma mecanizada da utilização do útil, que também é a forma que este útil tem condições políticas reais de contribuir.
A outra dimensão retratada aqui sobre o útil é menos aceita nestes espaços por ser este útil considerado em muitas das vezes um perigo não só para câmbios de pensamentos políticos que possam ocorrer em determinados grupos, mas também pelo fato de pode provocar mudanças, inclusive de pessoas, pelo “desbundamento do rei”. Este segundo útil não apenas contribui nas dimensões já apresentadas, mas para alem disso ocupam às vezes tanto espaço que até o utilizador da utilidade deste útil torna-se inútil diante da capacidade do útil. Dimensionando isto já se faz desnecessário falar do para onde

Portanto, há uma necessidade social e política de limitar os espaços de atuação deste e castrar as possibilidades de utilização por ele ter esta representação política. Então em muitas vezes este útil se frustra por se achar subutilizado a sua capacidade, por ser desrespeitada esta sua preparação. Não sabe este útil que a não utilização não se da pelo fato de desconsideração de sua capacidade, mas muito mais pelo medo de sua utilidade se tornar tão necessária que fagocite a utilidade de muitos outros participantes, pelo fato de ser ele um polivalente e destronar tantos outros úteis pela metade.
Diante de tal situação para a sobrevivência de pequenos úteis, faz-se necessário ignorar a existência política deste útil, ainda que a presença física do mesmo ocorra. Há a necessidade desta subutilização , mas é necessário que o útil seja inutilizado para não inutilizar muitos “úteizinhos”que se sustentam na ausências dos úteis políticos e politizados.










1 Este texto nasce de observações de participação em espaços de discussões e de escanteamento de muitas pessoas que poderiam fazer muito se não apresentassem tanto perigo e do aproveitamento de algumas pessoas que ocupam os espaços pelo simples fato de ter mão de obra automatizada.
2Jocivaldo Bispo da Conceição dos Anjos, estudante do curso de Letras com espanhol pela UEFS, militante político dos movimentos sociais e populares.  Antonio Cardoso, 15/08/2008. (Campanha 2008

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