
NA SEC TODO MUNDO É PROFESSOR. MAS, TEM É DOUTOR NO CAB, NÉ?
A SEC é a Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Ele existe na estrutura administrativa desde o ano de 1935 e teve como seu primeiro secretário o sr. Antônio Luís Cavalcanti de Albuquerque de Barros Barreto. Como se diz em 2019: “ sobrenome quem tem é ele”. Mas... neste texto não ocupará lugar de muito destaque. Talvez!
Com tanta idade e presença constante de professores nela, como sindicato – para reivindicar direitos; como gestores para promover direitos e também como street level bureucracy (burocrata a nível de rua) para comprovar e monitorar direitos. (Em se tratando de professor pode se utilizar a herança anglo-saxã, né) esta secretaria consolidou e conformou o vocativo professor como uma espécie de pronome. A menos que as pessoas não se aparenta ser professor pelos trajes e após a escuta dos primeiros vocábulos. Sabemos quem, né
? Ah! O professor Anísio Teixeira, que nomeia o centro de formação IAT, também foi secretário entre 1947 e 1951. Pois bem.
O Centro Administrativo da Bahia – CAB, que completa 50 anos em 1922 , (e está fazendo inclusive uma pesquisa sobre a utilização dos seus serviços, com e-mail criado e tudo www.cab50.ba.gov.br) é o centro político do Estado da Bahia. Fica nele os três poderes do Barão de Montesquieu: Executivo, judiciário e legislativo. E, sabemos que onde tem políticos a palavra doutor não pode faltar, né? Não pode sob a pena de haver uma ruptura comunicacional. Sob pena de o ouvinte não entender se você não colocar antes do seu nome o pronome de tratamento Dr. Fica mais bonito, não fica?
No CAB é assim. Se você dormir recepcionista, técnico em qualquer área e, no diário oficial, que sai na madrugada, tiver lá informando que doravante você se tornou num secretário, superintendente, diretor ou até um coordenador de algum órgão “importante”... a lei do Império de 11 de agosto de 1827, que seguia um precedente no alvará editado por D. Maria, a (a Louca), e outorgava o tratamento de doutor aos bacharéis em direito, baixa também na frente do novo empossado. Doravante Doutor.
Desta forma, alguns “ex-humildes” e “plebeus nunca mais” ou “se fui pobre não me lembro” para a ser tratado de Dr. É doutor para todo canto. Não precisa nem de ter segundo grau completo. O cargo (a cor e a idade, geralmente) já garante a distinção tratativa. É doutor e pronto. E quem não quiser chamar de doutor que aprenda. Como a lei não se discute. Lei se cumpre. Consuetudinário sim, mas, é lei. Vai se fazer o que? Cumpra-se. O diário disse.
Outro dia, num diálogo bem interessante com um motorista, ele me disse: “ Jocivaldo, para mim aqui todo mundo é doutor”. Eu, inocente, perguntei: mas, por que? Ele me respondeu: - “você precisa de ver a cara de alegria deles quando chamo de doutor. Você acha que eu vou negar uma alegria ninguém!?” Motoristas sabem das coisas.
Vocês, que estudaram licenciaturas em especial, e possuem seus doutorados nas universidades, “lugar de balburdias” caso não sejam médicos ou advogados, (neste caso não precisa de doutorado) sintam-se bievenidos al mundo de los doctores. E, se quiserem ser professores vá até a SEC.
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