PEGA A SUA INVEJA BRANCA E…

Estamos acostumados a escutar o apaziguamento das palavras que o nosso status linguistico com a colocaçao da palavra branco ou branca depois de algum substantivo de semântica desprestigiada para  dar um status de qualificação à mesma. Daí deriva as ideias de inveja branca, a disputa branca, a guerra branca, a religião branca e… qualquer nome que seja. até os assassinatos... se forem brancos devem ser considerados aceitos. A sociedade branca qualificou o que é branco ou o que pode ser branco como o qualificador social. Estas coisas brancas como qualificadoras pode até compartir pãos conosco em algum momento. Mas, não...  não podem ser nossas companheiras. Se o nosso “pão” é o que o diabo amassou e o deles o que sinhá fez… algo está errado.
A palavra companheiro vem do latim. Cum pannis. Aquele que come o pão conosco. Desta forma dividimos  o pão com o companheiro ou com a companheira. Mas, precisamos de saber se o pão comido é o nosso ou o do outro que também está comendo. Ou somente o outro está comendo. Assim sigo este diálogo.
Dialogar sobre xs companheirxs é importante para falar sobre a forma que ocultamente explicitam e hierarquiza a gente e... tratam as questões que são dos brancos ou embranquecidos de forma hiper positivada. E, quando algo parecer ser coisa de preto utiliza-se de um indelicado adjetivo para dizer que... existe uma limpeza nos atos. Daí nasce o que conhecemos como: guerra branca, inveja branca... e por aí se vai. Vindo também de onde veio a ideia do preto de alma branca. De onde veio a ideia de preto por fora e branco por dentro. Assim a gente vai percebendo como se transfigura o racismo. De como ele se transfigura, de como ele se reorienta em sua semântica. Mas, a base é a mesma: a colocação do preto no local pior que há na sociedade. E, se há algo que parece ser ruim e algum branco faz... é preciso de adjetivar o substantivo qualquer de branco. Não somente adjetivar. Mas, também de adverbiar de forma bem intensa. Até chegar ao seu ápice: o preto-branco.
Desta forma a gente já não pode jamais aceitar em qualquer espaço que seja, seja lá falado por quem quer que seja, independente do seu tamanho e do seu poder acatarmos esta caracterização de forma a não perguntar: por que a branca, “companheira”? E a preta é como? Ou afirmar que estes substantivos com o preto adjetivando não muda o significado social. Mas, muda a forma com que se constitui a gente e continuam a construir.
Logo, negrada, resistir e ensinar. Resistir é debater. Resistir é resistir e positivar a grandeza e a coragem nossa. E quanto a inveja branca... podem guardar. Plastifique!

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