DE QUEM É A CULPA? ERROS NA GESTÃO QUE A POLÍTICA NÃO PERDOA
“Todo mundo erra sempre. Todo mundo vai errar”. Este é o refrão de uma das canções mais conhecidas entoadas pelo grupo Revelação. Iniciar o texto com um refrão que aponta que o erro é algo de todos (individual e coletivo) já se trata de asseverar que o erro é uma possibilidade de todo mundo. O conserto também o é. E em se tratando de ações coletivas, como a gestão pública, às vezes quem comete o erro não necessariamente é aquele que se responsabiliza e promove o acerto.
Muito comum se é numa gestão – qualquer esfera – quando se passa por algum desgaste, os dedos indicadores serem muito usados, de forma responsável ou não, para apontar quem errou. Às vezes se sobressai mais a pessoa que cometeu o erro ou o equivoco do que o que deveria ser o objeto de análise, que é o feito em si. A questão colocada é que numa gestão quando um erra, este erro é coletivo porque o desgaste o é. E, somente apontar o “errado” e não apontar as possibilidades de resolução de pouco adianta e somente piora a situação e cria fricções dentro do grupo.
Gestão pública não pode ser equiparada a um esporte individual como é o tênis, mas sim como um coletivo como é o futebol. No futebol se o atacante perde o gol e toma-se o contra-ataque quem defende não é quem perdeu o gol, mas, o arqueiro. A função dele é esta. E, todo o time volta para ajudar. Quando isso não ocorre o time perde. O time todo e não somente aquele jogador que não voltou para fazer a marcação como deveria. Todo mundo perde se o erro individual não for resolvido pela coletividade.
No futebol, o técnico é quem escala o time e o coloca em campo. Passa as orientações, divide as funções e orienta a cada e em todo o tempo. Na gestão pública este papel é do gestor executivo. No futebol, às vezes é necessário de substituir o jogador ou realocar a posição, na gestão também se faz necessário. Pois, o time precisa de ganhar.
Desta forma, apontar os erros do companheiro, e tem de ser companheiro mesmo, porque tanto num time como na gestão é imprescindível que se seja companheiro, não deve ser uma ação desejável e aceitável. É imperioso reconhecer o erro e atuar para a sua superação e, não somente perceber quem errou. Quem errou pouco importa, pode até ser substituído quem errou, mas a ação que a equipe deve atuar pára resolver é acerca do erro e não do “errado” porque para o time ganhar precisa de resolver o erro e não somente o feitor. O adversário não perdoa times que não tem coesão. A política muito menos.
Jocivaldo dos Anjos é mestre em gestão pública.
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