A Pedagogia da escuta

Tem me sido estes dias, dias grandes. Dias em que a agenda de trabalho me possibilita a escuta. A escuta de uma categoria social pouco escutada. Falo dos jovens em Processos educacionais da Bahia. Não sou somente eu quem pratico esta grandeza que é escutar. Mas, muito mais gentes que constitui com estes e estas alunas a ideia de sujeitos. Ninguém é sujeito sem falar e ser escutado.
Escutei em São Desidério uma líder de classe dizer que orientou um professor a deixar mais prazerosa a aula de matemática a partir de uma indicação da mesma em este educador utilizar o livro O homem que calculava.
Escutei de outra jovem em Barreiras que mesmo diante das dificuldades fará universidade pública a partir do ano que vem.
Vi um grupo de atores encenando peças teatrais com empolgação tamanha . O mais velho tem menos da metade da minha idade. Outro disse sobre como as aulas de biologia ficaram interessante. Sonhos. Vi muitos sonhos.
Numa mesa em que fiz parte escutei uma jovem dizer como ela, preta, dribla a vida pra continuar a viver e como a interseccionalidade lhe é desafiadora. Gente que não escuta é muito pobre.
Fala pelos cotovelos e fecha os ouvidos para coisas grandes da vida. A visualização do outro.
Vi professores e professoras engajadas fazendo do seu que fazer a alegria de uma gente avisa por falar.
Escutei e volto maior. Mais sabido e mais bonito. Quem aprende se torna mais bonito porque beleza é forma, mas também é conteúdo.
Que a gente avance nas escutas e possamos ter jovens que se sintam sujeitos e com a utopia lá no horizonte e vivam nesta busca constante da mesma. E que a gente observe estes sonhos através das falas. Ainda que trêmulas, envergonhadas e tímidas. Fala é fala. Seu direito é sacro, porque é o verbo que indica a ação. Sigamos!

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