Despropaxitonizamos
para melhor comunicar
Na vida há muita gente
Que estuda um pouco mais
Já se acha assim assaz
O poderoso do pedaço
Acha que uns falam errado
E ele bem e “bonito”
Papagaio, periquito
Tão sabidos, há, há, há...
Desproparoxitonizamos
para melhor comunicar
Desde o antigo latim
O povo já simplificava
Estes vocábulos se mudava
Para impartir a falação
E da lá pra cá então
O esquisito foi mudado
Vocábulos modificados
E resultou no que hoje há
Despropaxitonizamos
para melhor comunicar
Para abobora diz abroba
Arvore, avre há de ser
Fósforo se torna fosco
E há xicra pra beber
Na charca se tem as frutas
Nos ocrus dos matuta
Umas coscas há de fazer
Nas escolas se faz fizga
Se vende pezgo nas feira
Nos rádios se ouve musgas
Em numbro grande pra quem quêra
Tem muito combos de uma casa
Mas na há durda que a entrada
É a sala verdadeira.
Todo sabo é dia de festa
É a vespra de domingo
Tem que te forgo pra agüentar
E livrar-se do perigo
De beber e ficar bebo
E nessa epra o pesadelo
Não partir assim consigo.
Palavra é arma do poeta
E também do cidadão
Usa pra se comunicar
E ela varia assim então
Os urti são os primeiro
E na lozca dos tropero
Cada grito é caminhar
A maqui do progresso anda
De acordo com o tempo
Os Princi já se acabado
Como os passo no relento
E que o desenvolvimento
Usou demais o tal fermento
De tanto ir ficou tão lento
É necessário que saibamos
Que falamos diferentes
Que a fala é social
O que é nossa é da gente
Que o falar sincopado
Merece ser respeitado
Como a “norma” agora e sempre.
Jocivaldo dos Anjos, 11/08/2011.
Comentários
Postar um comentário