GUARDIÕES DOS DESVALIDOS: POR QUE GESTORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SUBALTERNIZADOS PARECEM MILITANTES?
Eu pareço militante? Gestores de políticas públicas que atuam nas pautas que defendem a implementação e defesa dos direitos dos marginalizados devem se fazer diariamente. Pois, torna-se comum a defesa e o convencimento do obvio. E, de tanto defender o obvio parece ser um militante no meio de “gestores”. Gestores que, por vezes defendem a igualdade de tratamento das políticas públicas a partir do principio da isonomia e da negação de políticas reparatórias e defesa das universalizantes.
O que está em jogo é: as politicas que os gestores chamados de militantes defendem não é a de igualdade. É a de desigualdade para os desiguais na medida de sua desigualdade, né, Milton Santos? Pois, as diferenças no Brasil produz grandes desigualdades e se a políticas pública não avançar no sentido da equidade, a desigualdade tende a mais do que perdurar, mas, aumentar. Assimetrias de combate com seu antídoto e não com mais do mesmo.
Sabendo da possibilidade real, (pois simbólica já é a lógica) do esquecimento dos desvalidos na implementação das políticas públicas, estes gestores fazem maratonas de militantes para garantir o mínimo possível para que o grupo social ao qual ele tem por obrigação de promover políticas públicas não pare nos “óbices jurídicos e em sua isonomia neutra”. Tem de convencer o Estado de que este Estado não consegue regular as relações sociais destes grupos a quem o Estado nega a existência. Né, Clastres? via de regra, surrupia-lhe direitos e, promove a violência consentida pela arcabouço Juridico. Estes gestores tem de convencer (ou tentar, pelo menos) ao conjunto de “colegas” que, imergidos na neutralidade weberiana ortodoxa de que se é mais difícil a promoção de políticas para este grupos. Estes tornam-se “personas non gratas”. Canarinhos de uma nota só.
Aí dos desvalidos se não fossem estes canarinhos!
Escutam por vezes que “uma andorinha só não faz verão”, mas, seguem cumprindo o seu canto a cada manhã, tarde, noite e madrugada. “Caminhando e cantando e seguindo a canção.” Einh, Vandré?
É preciso informar para os weberianos que algumas categorias não existem para caber no Estado. Pois, o Estado foi criado para garantir a propriedade privada de quem surrupiou-lhes os direitos fundamentais de garantia da vida. E, sem este “esforço” de inserir estas pessoas neste cantinho miúdo do Estado, estes somente terão por possibilidade o calabouço do Estado. Precisamos. Por isso que estes “movimentos” vivem de lutas. E tem de lutar mesmo. “Seria uma ingenuidade as classes dominantes desenvolvesse uma forma de educação que proporcionasse as injustiças sociais de maneira crítica.”. Né Freire!? Pois, a naturalização da neutralidade é para... tudo continuar como está e ainda parecer que está mudando.
Se estes “gestores-militantes” deixarem de militar suas pautas jamais serão ouvidas e executadas. Logo, para que ainda recebem o símbolo de gestores, precisam de ser militantes. Pois, se assim não for não haverá qualificador que adjetive ou adverbie um substantivo inexistente.
Os desvalidos precisam deles e delas. De nós. De todos nós. Sigamos!
Jocivaldo dos Anjos
12/03/2020
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