A raiva da bondade extrema
A raiva da bondade extrema
É ruim ser bom demais. Bondade ao extremo aproxima o bom do bestialidade. O povo odeia gente neste. Pode até gostar da pessoas mas, se afasta do ato. É preciso limites para a bondade.
Num diálogo nesta semana com um amigo falávamos sobre um certo cidadão “bom”. Tão bom que é mal para ele mesmo. Cidadão respeitado e honesto, mas, rejeitado, justamente por querer tratar tudo na bondade. Até a política. A política não perdoa os nãos político. Ela é rígida. Não rigorosa que ainda permite a dialogicidade. Ela é rígida de fato.
Usar-se da bondade para ser aceito é um erro. O uso da razão sim. Milimetrar o tamanho da bondade se trata de uma ação racional e, por consequência, política. Ser bom por ser não se trata de ser bom. Mas, de ser besta.
É necessário reflexões acerca do que algumas bondades geram. Não estou pedindo para ninguém ser ruim. Estou dizendo que qualquer caridade tem de ajudar a elevar o doador e o receptor. Porque se a bondade não cumprir esta mútua função ela é inócua. E quando ela faltar se transformará em ódio. Dos dois lados, inclusive.
Quem fez esta comparação em larga escala e com mais argumentos explicativos foi Nietzsche em relação ao Cristianismo. E, me parece que o moribundo alemão estava certo.
Entre a bondade e a razão eu prefiro os que pensam. Porque a bondade se assemelha a pena. E a pena não constrói minguem melhor. A pena é um atributo escravizador dos dois envolvidos. Um se sente impelido a dar sempre e o outro se acostuma a receber sempre. Prefiro a libertação. Sigamos!
Jocivaldo dos Anjos
20/12/2020
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