Aos que perderam mãe
Aos que perderam mãe
Quem perde mãe perde parte de si. Tive com um sujeito deste e percebi um sujeito sem si. Corpo presente e alma ausente. O sujeito junta o nada ao lugar nenhum para criar sua narrativa. Ele não se consagra gente. Ser gente é uma consagração da vida. Quem perde mãe perambula em si mesmo atrás de uma bença. O Deus te dê sorte, te abençoe ou te faça feliz pesa mais do que a falta de salário ao fim do mês. Incomoda mais do que o gol perdido, do que o livro não lido e a fora da mina. Especialmente para homens... perder mãe é um desajuste.
Não que as mulheres suportem mais. É que o machismo engrossa o coro delas desde cedo. Mas, mãe...
Mãe quando vai desorganiza o sujeito. Não é pelo que sai. É de onde sai e como sai. Aliás, não tem como. Da forma que sair é violenta a saída. Mas, não sai.
Devemos guardá-las. Até quando vão. Esconde nas palavras das poesias. Nas cores dos quadros... na marcha do carro, na roupa, na pele... na boas lembranças e em cada passo dado. Elas estão sempre entre um e outro passo. Naquele espaço que os divide. Mãe é isso.
É o que não cabe fora de filhos. Tiremos as terras, as cinzas e os demais.
Mãe é nossa.
Jocivaldo dos Anjos
19/12/2020
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