Sobre paixões e vaidades

 


A vaidade cega, bem como a paixão 


Gente apaixonada não é confiável. O vaidoso muito menos. Se, por um acaso, um corpo sustentar tal peso, o senhor ou senhora dele chamará de ostentação. Ledo engano. Se trata de um corpo pusilânime. Cansando e dominado por quem domina o dominador. Aquele ou aquela que aprendeu ser bom “estar preso por vontade”. Cortamos. Cortamos se precisarmos de saídas racionais para a resolução de questões estratégicas. Aliás, quase tudo na vida é racional. Até quando Antônio Damásio falou do erro de Descartes. Aliás, quase tudo. Para eu me livrar de minha paixonites também. 

O vaidoso se sente tal o bom que ajuda o adversário achando que está fazendo bem a si mesmo. Seja interno ou externo o seu adversário. Orgulha-se de ser a referência quando na verdade para que seguisse ostentando grandezas deveria querer ser mais um somente. Mas, não consegue ser. Freio Beto chamou no início do século XXI e prelúdios do governo Lula no Brasil de Mosca Azul. A mosca azul pica. Ao picar inocula o curare no corpo alheio e toma para si as ações daquele corpo. Eu já ouvi frase, de gente da esquerda, do tipo “Para que eu quero uma Rede Brasileira de Comunicação forte se eu tenho a Globo?”. Sim. E quem a proferiu esta frase é esquerda de verdade e que goza do meu respeito. Esquerda raiz. Mas... o poder foi mais doce do que o azedo vivido outrora e ele... foi. Foi até que recebeu a paga da vaidade e da surdez. A vaidade causa surdez. 

A questão é que que pode ser de esquerda, direita ou seus extremos para ser acuado pela vaidade. A vaidade é um remédio que se toma em doses abundantes, se descontrola e vira veneno. Todos nós estamos expostos a este vírus. Alguns não conseguem controlar e sucumbem. Mas, paga-se por isso. Paga-se caro. Paga-se alto. Portanto, controlemos-nos. Andemos devagar olhando para os lados para vermos quem está com a gente. Mas, olhemos para trás também para vermos se ficou alguém para trás que deveria estar ao lado. Mire na frente também para perceber onde quer chegar e quem deve estar no pódio ao seu lado. Um pódio cheio pode ser um pódio vazio também. Valores preenchem os pódios e não os êxitos somente. Quem não tem valores tem preço. E o mundo de quem manda tem dinheiro. Muito dinheiro. 

Corramos. Mas, não a ponto de deixar os mancos e coxos tão distantes e nem a convalescença destinamos a eles e elas. Estes e estas, quiçá, eram os que colavam conosco ontem a anteontem. Calmemos-no o coração e a euforia. “Toda pedra acaba, toda brisa passa. Toda morte chega e laça”. Né Criolo? 

O mundo é grande. A vida é grande. Grande de grandeza e grande de eventos. Controlemos os ânimos e as vaidades e, jamais esqueçam de controlar as paixões também. Vivamos os atos com intensidades. Mas, cuidemos do corpo e da história. Nada pode sucumbir a decisão da grandeza pessoal. Do que carrega um corpo. Do que carrega uma história. Do corpo que se carrega na alma. 

Saber se controlar é um ato de grandeza e de autoconhecimento. De autocuidado. De herança. 

“Prédios vão se erguer e o glamour vai colher corporais na multidão”


Sigamos! 


Jocivaldo dos Anjos 

19/01/2021


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