A EDUCAÇÃO NA PANDEMIA E O DESAFIO DO ADULTISMO

 




A EDUCAÇÃO NA PANDEMIA E O DESAFIO DO ADULTISMO


Dialogando com minha psicóloga sobre a vida na pandemia eu falei sobre o quanto tenho aprendido com meus filhos durante a pandemia. Ela, que também tem uma filha de seis anos, me disse também que aprende com a filha dela. Aprendemos inclusive as mesmas coisas: usar barba, Chapéu e batom pela plataforma zoom, ensinado pelos filhos. Somente neste período há duas importantes aparições de carência, necessidade e, porque não dizer, fraqueza do ser humano. Falo de duas. Mas, pode ter mais. Aliás, têm muito mais.  Delas, uma é a nossa necessidade de ter acompanhamento psicológico, pois ajuda a refletir melhor a vida e entender os fenômenos que ocorrem conosco. Principalmente durante a pandemia. E, entre nós, homens negros, heteros, roceiros se trata de um avanço existencial. A gente com estas características, cujo o machismo e o sexismo orienta se trata de uma necessidade de desaprendizagens. 

O segundo tópico necessário no período é sobre o que vou tratar neste texto: o desafio geracional nos processos de ensinagem e de aprendizagem neste período de pandemia. Algo mais do que necessário para que a educação avance. Situação sine qua non.  É isso. Já não está entendido ainda. Nós professores, pais, mães e chamados de maiores, dotados do direito à fala, precisaremos de ter porosidade, menor vaidade, e aprendermos com nossos estudantes. Tarefa enriquecedora e a oportunidade de alargamento de educação no sentido de Paulo Freire. “Todos sabemos algo. Todos ignoramos algo”. A partir destes encontros de saberes diversos forjaremos a necessária educação para tempos de pandemia. Alias, para todo o tempo, devo desejar. Pois, a incompletude somente não explicita fraqueza, mas, adianta que  não saber algo se trata de expor fraqueza, fato, mas, mais do que isso, aponta a necessidade de avançar mais em busca e em torno de si próprio e da sua plenitude. 

A sociedade brasileira e mundial escolheu, selecionou e tronou as categorias sociais que devem ter o direito à fala. Aqueles que podem falar e aqueles que devem ouvir. Aqueles que sabem e aqueles que devem aprender. Aqueles que sabem ensinar e aqueles que pode, se for dedicado, aprender. Ao sujeito aprendente à destinada a carga de se superar sempre. Cria e alimenta a confusão entre necessidade e virtude. Desloca-se as coisas e os sujeitos no quefazer do dia-a-dia. Ele é o seu próprio sujeito, via de regra e, sempre está por sua conta própria.   A sociedade é bem dividida entre os sabidos e os não sabidos. Logicamente que temos exceções gloriosas de lutadores e lutadoras que garantem lugares de saber distintos e forjam diariamente novas sociedades. Isso posto, na educação, precisará de haver uma verdadeira revolução no etarismo para que tenhamos êxito nas aulas durante e pós pandemia. Sem eximir ou transferir responsabilidades. 

Aprendizados sobre metodologias, uso de tecnologias, uso do conhecimento adquirido a partir da mediação tecnológica e contextos de aplicação será uma tarefa de visita diária neste tempo. tarefa necessária. Livro de cabeceira da humanidade “professoral”. Precisará de um deslocamento para dentro de si e compreender de fato esta incompletude. Se trará, na verdade, de uma ampliação dos conhecimento necessários para as práticas pedagógicas exitosas. 

As salas de aulas, chamadas agora de inversas, o que sempre deveria ser para permitir que fosse um espaço dialógico por excelência, precisará de fazer parte da vida dos professores. E, saber que sabe que não sabe não se trata de tarefa fácil para que somente está neste espaço porque lhe é outorgado o titulo de sabedor. O titulo do que sabe. Por isso, o nome é professor. O ensinante. E, doravante precisará de aprender sobre uso de tecnologias com seus pupilos. Não estamos tratando de conteúdo. Os conteúdos continuam a cargo dos professores.os estudantes também tem os seus. Mas, a sistematização destes se trata da tarefa pedagógica do mestre.  Mas, por não puder ser estas aulas remotas a mimetização da sala de aula e também de dominar as tecnologias digitais, os professores necessitarão de aprender com seus alunos. Os chamados nativos digitais. Pois, as tecnologias que serão utilizadas fazem parte deste cotidiano. E, friso: tecnologias digitais são somente um tipo de tecnologia e não mais do que um meio para o “intercambio” entre o estudante e o professor e não algo dotado de vida própria. Vida própria tem a capacidade dialógica e de aprendizagem (em sentido lato) do sujeito ensinante e do sujeito aprendente.  

Assim sendo, a primeira barreira a ser superada é a do adultismo, a segunda a da incompletude e a terceira é a do medo da novidade. Não nesta ordem, necessariamente, mas, pelo menos estas três se colocam como necessidade para inicio de conversa. Pois, sem estes posicionamentos éticos com a vida não será possível o forjar de uma educação nestes tempos perversos, mas, tempo ensinante. Como qualquer outro. Mas, neste com mais exigência de coragens. Sigamos!


Jocivaldo dos Anjos

14/03/1981

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Servidor público não tem de ter empatia

Gel é a grande vencedora das eleições 2020 em Antônio Cardoso