Sem abraço minha cidade
Sem abraço minha cidade
Hoje sai para celebrar
No Canto Escuro se canta
No Oleiro se ressoa
O que na Sede entoa
No Gavião também se sente
Hoje, meu povo está contente
Celebrando mais um ano
Mas, tá distante, resmungando
Com vontade de abraçar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
O Samba de Roda no Poço
Guarda o Tambor e o pandeiro
Sem montaria no Limoeiro
E sem arreios nos cavalos
O futebol, o baleado
O dominó e a biriba
E as poesias de cada rima
Poucos risos nas meninas
Lamento triste a escutar
Sem abraço minha cidade
Hoje sai pra celebrar
No Travessao não pode festa
Na Bananeira sem torneio
Assim o belo se faz feio
Na Caboronga som não pode
No campos os pés não correm
E as redes não balançam
No Mocó uma esperança
Espera pra comemorar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
Na Santa Cruz, uma prece
Nos Paus Altos reunião?
E na Ilha, peixe? - não
Em Sanxtovei praça vazia
No Pernambuco que se ia
Tomar um banho, abrir caminho
E na Queimadas tomar vinho?
Ficam pro ano que virá
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
Na estrada da Quarana
Pouco carro hoje passa
Em Mangabeira há quem faça
Preces qual no Subaé
No 28 a de colé
É dendicasa recolhido
E na subida de Negido
Tá meio estranho o avistar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
Hoje a Barra tá pesada
Mas, vai passar. Esperança!
Teremos tempos de bonanças
Para se ver gente feliz
Aguenta firme, meu Peri
Que sua Mata é muito forte
Sítio Novo, meu suporte
Fala pro Morro suportar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
O Salgado tá meio mudo
O Santo Antônio recolhido
O Coroá meio escondido
E nas Lagoas, aguas não há?
O Cavaco a observar
Mas, só de longe e sem toque
No Riacho da Areia corre
Que é se ver pelo celular
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai para celebrar
Nosso povo abraçador
Festeiro por natureza
Na cidade das belezas
As máscaras guardam os rostos
A incerteza , amargo gosto
Sem saber quando isso passa
Dizendo: autorizado. Abraça!
Para a gente se esbaldar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar
Primeira vez que é assim
Sem aproximação ou abraço
É que a distância hoje é fato
De se provar que é amor
Ficar em casa, ser a favor
De a vida ser direito
Desde o último ao primeiro
Nascido aqui neste lugar
Sem abraço, minha cidade
Hoje sai pra celebrar.
Jocivaldo dos Anjos
18/04/2020
Comentários
Postar um comentário