A remoção como meta
O deserto da docência e a remoção como prática
O deserto, substantivo, é um lugar onde não há ninguém e nem nada. Desertar, verbo, é evadir-se de um local. Migrar. Desertar na linguagem contabilística e de pregões é ninguém desejar. É enjeitar.
Estas e outras categorias representativas servem para ilustrar o que ocorre na rede pública de educação no Estado da Bahia em relação aos professores, coordenadores pedagógicos e outros e outros profissionais investidos em concursos públicos. Não falo de outro local porque não conheço. Portanto, somente cito a Bahia.
As pessoas que tentam concursos públicos escolhem os municípios menores não para garantir educação e presença docente nestes lugares. Muito pelo contrário. Em sua maioria escolhem pelo sentido contrário. Pela negação. Pelo uso destes lugares como se pouco importantes fossem. De fato, para estas pessoas, são. Não alinho por baixo e incluo todos. Mas, quase todos, maioria absoluta, fazem nesta perspectiva. Fazem para negar o local. Fazem para sair. Fazem para concentrar nos grandes centros as melhores qualificações acadêmicas e escolhem os municípios pequenos como escada, como trampolim, como o uso desejado de não gentes que não merecem a política educacional. E assim profissionais da esquerda à direita (se é que se pode qualificar pessoas que tem este agir de esquerda) agem. Fazem pela concorrência e tem nos concorrentes a orientação da feitura. Não nas pessoas que necessitam pelo menos do conteúdo que seus impostos lhes garantiram o acesso às universidades. Entendem estas pessoas que há pessoas e locais que são passíveis de uso, abuso e abandono quando desejarem. E ainda pautar o governo e criticar, até os desertos escutarem, que o governo desrespeita. Que não reconhece militantes, ( no caso dos alinhados ao governo) e no caso dos não alinhados que o governo trava tudo e assim seguem com a toada de que o governo não investe na educação. Que não gosta de professores e não prioriza.
A construção do deserto é um projeto de pessoas mal intencionadas que não tem o mínimo de coerência e negam diariamente o juramento feito.
Podemos contar com estas pessoas com práticas assim para a construção de uma educação que chegue em todo canto? Ou devemos contar com um canto para acomodar estas pessoas que não tem a expansão da educação como pauta?
No deserto moram gentes, senhores e senhoras.
Melhorem!
Jocivaldo dos Anjos
12/12/2022
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