É doutor. Mas, não cura
É doutor. Mas, não cura
Esta resposta é a das gentes dos quilombos que chegam ao doutorado. É da gente do quilombo que conseguiu dar uma cabriola na vida e ocupar o imaginável lugar de doutor. Não é o que desejaríamos falar. Mas, é o que nos permite informar melhor para os nosso e as nossas.
Nosso povo aprendeu que doutor é médico é advogado. Isso fruto da colonização que sofremos para que brancos europeus tivessem títulos de doutor. Até hoje usam deste subterfúgio para serem doutores sem ser. Doutores sem ser poderia também nomear este texto. E eu poderia iniciar dizendo que doutores sem sem são as pessoas que passam por estas duas profissões já citadas. Mas, também poderia ser a informação que nosso povo nos observa. Tipo: doutores, mas, fora do entendimento do que foi informado como doutor.
Mas, não somos os doutores que não curam. Muito pelo contrário. Curamos. E muito. Ah, como curamos!!!
Curamos as feridas que ainda não cicatrizamos de mais de três séculos de escravidão e de não consideração da gente como gente. Curamos a mente do nosso povo para a percepção de que a gente também pode ser. Especialmente do nosso povo mais jovem. Curamos nossa autoestima para olharmos para a gente e vermo-nos gente. Curamos as academias com nossas pesquisas falando da gente. Da gente pela voz da gente, pelas letras da gente, pelo sangue da gente e desdizendo o que falaram sobre a gente.
Quem cura é nois. E nois tá aqui. Desdizendo eles e falando da gente.
Que as folhas que nos curaram sempre sigam nos orientando a continuar a cura.
Sigamos!
LINDO!!!!
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