O desprezo pela juventude

O desprezo pela juventude A juventude tem sido um instrumento dos adultos para satisfazer seus desejos. Já disse antes em outros textos. Antes de mim outras pessoas disseram já também. Dentre eles o Bourdieu naquela famosa frase cujo titula o texto: “A juventude é apenas uma palavra”. Mas, mesmo já tendo dito eu necessito de redizer. Redizer para não reduzir. Ou melhor, para ajudar a reduzir menos. Pois, redução juvenil não se trata de um equívoco, mas, de um projeto. Um projeto de sustentação do adulto. Algo parecido com as classes sociais, em que as de baixo sustentam as de cima achando que está sendo beneficiadas. A juventude tem sido isso no Brasil. Não trabalhar as possibilidades de inserção das juventudes nos governos sobre o pretexto de não caber em tal área tem sido a máxima da justificativa da não inserção. Quando muito, cria-se um espaço para a juventude nos governos e, de forma equivocada, orientada por uma formação da servidão a juventude pede um espaço finalístico para executar suas ações nos governos e, acima disso, conformar os seus “colegas” nos espaços ofertando-lhes a divisão de cargos. Empregos quero dizer. O compartilhamento do que sobra. O banquete das migalhas. Estou tratando aqui logicamente da lógica das juventudes partidárias no Brasil. E, em sua maioria, ao assumir estes espaços, estes e estas passam a operar de acordo com a orientação de seu partido, de sua força política e, em muitos dos casos, pedem a “liberação”. A liberação, para quem não sabe, é usar a máquina pública para pagar salário e ficar livre para não fazer nada ou para “fazer política”. Não para gestar política pública. Muitos deputados e dirigentes políticos pleiteiam isso diante dos Gestores. Peloteiam porque com eles era assim e desta forma fazem a transmissão do fogo observando a preservação das cinzas. Muito mais a preservação das cinzas e, desta forma transmitem a cinza e jamais o fogo. Prova disso é a baixa inserção destas juventudes nos espaços distintos dos estratos juvenis na sociedade e também nos espaços de poder dos governos. A juventude tem sido um erro. Erro de partida, erro de caminhada, erro de chegada. Entristece a constatação, mas, orienta posturas distintas e mais respeitosas. Jocivaldo dos Anjos 25/11/22

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